Como despertar o interesse da criança pelas aulas; dicas para pais, professores e escolas
Atualizado: 29 de ago. de 2022
Apesar das dificuldades, a adaptação ao modelo remoto de ensino-aprendizagem vem revelando um novo campo de possibilidades para pais, alunos e professores
O QUE OS PAIS PODEM FAZER?
1 - Rotina e disciplina
Mantenha uma rotina clara, estabelecendo direitos e deveres da criança. Ela deve estar ciente de suas metas diárias e das restrições que serão impostas, caso não cumpra suas obrigações escolares. Se ela irá ou não usar uniforme ou o local ideal e exclusivo para os momentos de estudo devem ser definidos previamente. De preferência, com a anuência da criança e da escola;
2 - Diálogo
Mantenha diálogo constante com a criança e dê feedbacks (retornos) à escola sobre o desempenho dela nas atividades. O diálogo é ainda mais necessário se o aluno tiver algum diagnóstico de hiperatividade ou ansiedade, por exemplo, ou apresentar outros tipos de problemas na absorção dos conteúdos. Esteja aberto a ouvir o que a criança e escola têm a falar;
3 - Parceria e respeito
Se mostre como um parceiro da criança, respeitando o seu tempo de aprendizagem. Não subestime as suas dificuldades e ajude-a a encontrar soluções. Isso não quer dizer que os pais devem fazer as atividades no lugar dos filhos. Evite essa prática. Os pais devem estender a parceria à escola e aos professores para que todos cheguem a um consenso, priorizando sempre o que for melhor para o aluno, a partir de suas especificidades;
4 - Menos cobrança
A cobrança extrema para que o aluno cumpra tudo o que for estabelecido pelos pais e pela escola, sem oferecer parceria ou apoio em troca, pode tornar o processo de aprendizado ainda mais complicado. Por isso, imponha limites, mas cobrando menos e apoiando mais;
5 - Mais criatividade
Assim como os professores, os pais também devem se esforçar para usar a criatividade e tornar o processo de aprendizado mais eficiente e prazeroso para seus filhos. Caso o conteúdo repassado na aula online não tenha ficado claro para a criança, procure outras alternativas para sanar as dúvidas, seja por meio de um desenho, de uma história, de uma brincadeira com marionetes, etc.;
6 - Apoio psicológico
Caso perceba que as aulas online e o próprio distanciamento social tenham provocado desgastes emocionais à criança, peça ajuda de psicólogos escolares ou de profissionais como um psicopedagogo. A escola é um lugar onde a criança desenvolve interações diariamente e os efeitos emocionais da falta de contato podem comprometer o aprendizado;
7 - Harmonia com a escola
Busque manter uma relação harmoniosa com a escola e professores. Se os familiares defendem um posicionamento, a escola e o professor outros, a criança tende a se sentir desamparada, desestimulada e desinteressada por não saber o que, de fato, importa;
8 - Abertura a adaptações
Esteja aberto às adaptações. A pandemia alterou a rotina de todos e a antiga carga horária de aula presencial não precisa, necessariamente, ser convertida em horas de aulas on-line. Se trata de um novo formato, com nova linguagem e em um novo contexto. Um longo tempo em frente à tela do computador pode ser cansativo para a criança e substituído por mais pesquisa e produção de atividades;
9 - Incentivo e elogio
O aprendizado on-line e o próprio contexto da pandemia são obstáculos enfrentados por adultos e ainda mais difíceis para as crianças. Por isso, sempre que possível, incentive e elogie o seu filho. Isso o estimulará a aprender, a recorrer mais à criatividade e a se envolver mais nas atividades;
10 - Acompanhamento
Com a quarentena, problemas de sala foram levados para dentro de casa. Por isso, mesmo com o fim da pandemia, busque acompanhar mais de perto o desenvolvimento escolar do seu filho, dando atenção a problemas como falta de concentração ou perda de interesse nos conteúdos repassados pela escola.
O QUE ESCOLAS/PROFESSORES PODEM FAZER?
1 - Diálogo e compreensão
Busque ser parceiro e compreensivo com os pais, deixando claro que o momento é de adaptação e dificuldade para todos, mas que a união e a harmonia tornarão tudo menos complicado. Com diálogo e flexibilização, é mais fácil chegar a melhores soluções;
2 - Adaptação e mais planejamento
Não caia na tentação imediata de transpor as exigências do modelo presencial para o modelo on-line. As plataformas digitais demandam planejamentos mais criativos e demorados. Por isso, é importante investir na ferramenta, tendo em vista que ela tem potencial para aguçar a criatividade, indicar novas saídas e desempenhar um papel importante no processo de aprendizagem, mesmo no pós-pandemia;
3 - Crianças em atividade
Priorize colocar o aluno em atividade, construindo, pesquisando, produzindo coisas que muitas vezes ele não poderia fazer no modelo presencial. Se possível, mescle conteúdos com atividades de estimulação corporal e artística, dando mais liberdade e protagonismo à criança. A interação e envolvimento em atividades lúdicas tendem a ser mais benéficos ao aprendizado do que longas horas de aula nos moldes tradicionais;
4 - Voz aos alunos
A escola é, acima de tudo, um lugar social. Por isso, dê voz aos alunos e permita a troca de experiências. A liberação para abertura dos microfones, por exemplo, permite a cada aluno interagir, exercitar o seu lugar de fala e ter um espaço para mostrar e se orgulhar do que está aprendendo;
5 - Apoio psicológico
Disponibilize apoio psicológico aos alunos, mantendo aberto o canal de diálogo com os pais e seus filhos. A escola deve estar aberta a ouvir o que as crianças estão sentindo e respeitar o tempo de aprendizado de cada uma delas;
6 - Incentivo
Sempre que possível, busque incentivar e elogiar alunos e pais no processo de aprendizagem. Afinal, a mudança de rotina e as restrições impostas pela pandemia são dificuldades enfrentadas por toda a família.